domingo, 21 de agosto de 2011

Da Arte de Beber Literatura

Da Arte de Beber Literatura


I



Assim como a bebida que vicia, a literatura também torna o homem alcoólico; quase sempre, os que possuem cultura de subúrbio, começam nas bebidas geladas, sobretudo, cerveja e chopp, após certo período a ânsia literária já não se satisfaz com leituras geladas que são típicas de quem começa a conhecer a literatura. Do chopp e cerveja migra-se para bebidas quentes, ora whisky, não os de boa qualidade, ora vodka, sobretudo as nacionais, ora a cachaça. Aqui reside o paradoxo, à medida que a inconstância da literatura cresce em nosso peito vamos mergulhando em leituras mais “pesadas”, mais fortes, complexas e perturbadoras no espírito humano, porém não é culpa dela, a culpa é do homem, do seu espírito conhecedor, aqueles que rompem com a ignorância se afogam neste mundo de bebidas literárias. Por outro lado esse mergulho é também um fracasso, a cada passo que dá para a literatura são dois passos para a solidão, medida descomunal. Vamos nos tornando alcoólicos, a cerveja do subúrbio já não serve mais, parte para o whisky ruim, e já se prova outro gosto, acalma o espírito ao mesmo tempo que o corrompe para vôos maiores; a vodka vem, o whisky de boa qualidade também, parece que enxergou a divisa do espírito, breve engano que a literatura nos proporciona, daí em diante experimentamos o paradoxo do vôo alcançado e a dependência; a cachaça será o fim, é quando não suportando e não compreendendo o aparente transcendental, encontra na cachaça o devido silêncio da solidão que a literatura proporciona. 

Um comentário:

  1. Ei, embriaguei-me, misturou-se com os meus parágrafos relidos e minhas camparis atordoadas na cabeça. Uma sede literária me deu agora. rs'

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